As notícias falsas (Fake News) não são novidade. Mas hoje em dia elas chegam a mais pessoas e muito mais rapidamente por meio das redes sociais, quando comparando com o que se conseguia atingir em anos passados por meio dos e-mails virais que se partilhavam em larga escala.

A preocupação com o fenómeno levou o Facebook e o Google a anunciarem que irão reprimir os sites de notícias falsas, restringindo a sua capacidade de angariar receitas publicitárias. Talvez isso possa dissipar a quantidade de notícias falsas online, embora os próprios consumidores de notícias sejam a melhor defesa contra a disseminação de desinformação. Curiosamente, esta foi também a preocupação que levou à criação do Manifexto em 2017.

Nem toda a desinformação que está a ser transmitida online é completa ficção, embora alguma dela o seja. O site Snopes.com tem vindo a expor falsas alegações virais desde meados dos anos 90, quer se trate de mensagens fabricadas, quer de distorções contendo “pequenas” verdades e de tudo o que se encontra entre estes. O fundador David Mikkelson advertiu para não se categorizar tudo como "notícias falsas". "As ficções e fabricações que compõem as notícias falsas são apenas um subconjunto do maior fenómeno de más notícias, que também engloba muitas formas de reportagens de má qualidade, não investigadas, cheias de erros, e deliberadamente enganadoras, que prestam um mau serviço a todos", escreveu Mikkelson.

Muitas destas alegações virais não são de todo "notícias", mas sim ficção ou sátira, aplicados como esforços para enganar os leitores a pensar que são reais.

Desde o lançamento do Manifexto que encorajamos os leitores a serem cépticos em relação às alegações virais, e a fazerem uso do bom senso quando uma notícia atinge os seus grupos preferidos no WhatsApp. Em 2018, lançámos o nosso serviço no WhatsApp onde enviamos notícias cuidadosamente seleccionadas e verificadas directamente aos nossos leitores, canal este que até a data é utilizado por muitos para nos fazerem chegar alegações ou mesmo notícias que gostariam de ver categorizadas como verdadeiras ou falsas. Muitas destas notícias são “fabricações maliciosas” ou como se chamam na linguagem de hoje “notícias falsas”, as famosas “fake news”.

Se ainda não aderiu a este serviço poderá fazê-lo gravando o nosso contacto (+244 934 286 784) ou clicando AQUI e enviar uma mensagem a solicitar o envio de notícias.

Em Março deste ano, lançamos o Nuxo, a primeira solução baseada em inteligência artificial, virada para a detecção de notícias falsas, a qual foi divulgada por vários meios de comunicação como o Jornal de Angola, Menos Fios, Expansão, Forbes e Disrupt Africa. O Nuxo é um serviço que permite aos leitores identificar muito rapidamente se uma determinada notícia é falsa ou não, sendo que precisam apenas do link para a notícia.

Ainda que o Nuxo consiga rapidamente e de maneira automática dar uma possível categorização das notícias e mesmo que as histórias falsas ou "notícias" completamente inventadas sejam assim identificadas, estas têm vindo a tornar-se cada vez mais sofisticadas, frequentemente apresentadas num site concebido para parecer (mais ou menos) como uma organização noticiosa legítima. Contudo, é relativamente “fácil” de descobrir o que é real e o que é imaginário se se estiver munido de algum pensamento crítico e de algumas ferramentas de verificação de factos.

Questione-se

As notícias falsas, e especialmente as notícias falsas de motivação política, têm algumas características claras que as tornam diferentes de outros géneros de desinformação, incluindo sátira e propaganda. Poderá identificar as notícias falsas perguntando-se a si próprio o seguinte:

Será que joga com as suas emoções? Mesmo os melhores de nós estão muitas vezes dispostos a ignorar a lógica quando confrontados com uma questão emocional. Por exemplo, artigos difamadores sobre líderes políticos com quem discordamos são tão gratificantes de se ler que muitas vezes estamos dispostos a ignorar a desinformação.

Será que toma uma posição sobre uma questão controversa? Uma manchete que faz uma declaração ousada sobre um assunto sensível, como o aborto, religião, etc., é mais susceptível de receber mais tráfego do que uma notícia com uma posição moderada. As fontes de notícias online geram frequentemente receitas através do número de cliques que produzem, e os artigos controversos são mais susceptíveis de serem clicados.

É política? Existem grandes incentivos económicos e políticos para publicar notícias políticas falsas. Estes vão desde notícias falsas promovidas para avançar um ponto de vista político, até à sua utilização para ganhos puramente económicos.

Será sensacional? Se uma notícia for totalmente inacreditável, como por exemplo "O Papa apoia a poligamia”, não deve acreditar nela pois as chances de ser uma notícia falsa são muito altas.

Usa hipérbole? As notícias tendenciosas contêm por vezes um grão de verdade, como uma citação ou os resultados de um estudo, o que é depois exagerado. Mesmo que consiga confirmar alguns dos factos, esteja atento a potenciais exageros e distorção dos mesmos.

É viral? Se sim, será que as pessoas estão a partilhar a notícia sem a examinarem criticamente?

Será uma notícia de última hora? Se estiver a receber as notícias antes de toda a informação estar disponível, é justo dizer que a informação não será completa. É mais fácil fazer circular uma notícia através de conjecturas quando os acontecimentos ainda se desenrolam.

É clickbait? O clickbait combina uma série dos critérios acima (é frequentemente sensacional e hiperbólico) sendo, contudo, um fenómeno próprio. O clickbait requer uma manchete irresistível de modo a atrair cliques e disfarçar a natureza não substanciada do seu conteúdo.

Tente ser mais “técnico”

Diferentes formatos de meios de comunicação vêm com as suas próprias convenções. A maioria das notícias falsas que encontrará estará disfarçada como notícia online legítima, pelo que conhecer as convenções usadas pelas fontes legítimas ajudá-lo-á a identificar as diferenças.

Verifique o nome do domínio

As fontes de notícias legítimas têm geralmente um nome de domínio profissional que corresponde ao nome da sua organização. Por exemplo, o website para notícias do Jornal de Angola é https://www.jornaldeangola.ao. Os URLs de notícias falsas são menos susceptíveis de serem de natureza profissional ou identificáveis como uma organização noticiosa distinta.
Identificação do domínio de nível superior de um URL, dado que isto lhe dirá o país onde o site está alojado (exemplo: .co.ao, .ao, .pt) ou o objectivo do site (.org, .gov, .edu, .com). Os sites de notícias falsas utilizam por vezes URLs que imitam sites legítimos, mas utilizam um domínio de nível superior diferente: por exemplo, http://www.jornaldeangola.co.ao. Ou http://www.jornaldeangola.com.
Os nomes de sites que terminam em "lo", tais como Newslo, são também convencionalmente falsos.

Consulte a página Sobre Nós, a página Contacte-nos, ou outras páginas de informação do site de notícias

Todos os sites de notícias legítimas têm páginas como esta, embora os nomes possam ser diferentes.

Verifique as hiperligações (links)

As hiperligações quebradas acontecem aos melhores, incluindo as fontes de notícias legítimas. Contudo, a maioria dos links de um artigo noticioso deve funcionar, e estes links devem levar o leitor a outras fontes legítimas.

Dê uma vista de olhos ao design do site

Exemplos de mau design de um site de notícias incluem sites com demasiadas cores ou tipos de letra, mau uso do espaço em branco, e numerosos gifs animados e/ou pup-ups publicitários. Um bom design é um sinal de credibilidade, e fontes legítimas de notícias darão prioridade a ter um site adequado. Uma organização noticiosa como, por exemplo, o Jornal Expansão, pode dar-se ao luxo de contratar um web designer; não pode ter um site que seja desagradável de visitar. Isto não quer dizer que todos os sites com bom design sejam legítimos.

Aprenda a reconhecer conteúdos pagos

Muitas fontes noticiosas legítimas incluem publicidade no seu site (não é o caso do Manifexto), muitas vezes sob a forma de publicidade nativa que se mistura com as notícias. A publicidade paga como não satisfaz as normas do verdadeiro jornalismo.

Verifique a quem pertence o domínio. Se estiver curioso sobre quem é o proprietário de um site, tente procurá-lo em https://www.whois.net/. Por exemplo, uma pesquisa do cbc.ca mostrará que é propriedade da Canadian Broadcasting Company.

Pesquise as imagens

Se uma imagem utilizada numa notícia lhe parecer suspeita, tente usar o TinEye ou a pesquisa invertida de imagens da Google para descobrir se a imagem foi anteriormente utilizada noutro local. Caso positivo, verifique se foi editada desde então. Se a imagem for legítima, procurar outras imagens do mesmo acontecimento poderá fornecer-lhe mais contexto.

Faça a sua própria pesquisa

As notícias falsas criam uma reacção imediata e emocional nos leitores, mas não resistem ao escrutínio ou a uma lógica crua e dura. Por esta razão, a investigação é a melhor forma de refutar notícias falsas e de se obter uma compreensão melhor e mais contextualizada de uma questão.

Saiba mais sobre a publicação

A fonte de notícias que lê tem a reputação de bom jornalismo? Tem algum preconceito político notório?

Leia mais sobre o autor

Leia outras matérias que tenham sido escritas pelo autor e descubra informação biográfica básica sobre o mesmo. Isto revelará preconceitos e qual é o seu objectivo na escrita: um jornalista terá um propósito diferente do de um lobista, e um conservador terá preconceitos diferentes de um liberal. Se o artigo não tiver um autor atribuído, este é um grande alerta de que o artigo pode ser o produto de uma “fábrica de conteúdos” ou pode não estar sujeito a revisão editorial.

Triangular a informação.

Leia sobre um assunto e verifique os factos a partir de várias fontes.

Verifique as fontes da notícia

As fontes substanciam um argumento. Verifique quaisquer referências incluídas na notícia e veja se fornecem provas que sustentam as alegações. Se o autor se basear num estudo, por exemplo, encontre a pesquisa original e avalie criticamente esta informação para verificar a sua exactidão. Se a única fonte de informação sobre este tópico provém do artigo que está a avaliar, o que está a ler é apenas opinião.

Verifique as ligações do artigo

As ligações que se estendem de um site para outro dir-lhe-ão muito sobre a filiação política desse site e o que o autor considera autoritário.

Não confie na notícia só porque provém de uma fonte de confiança

Se recebe notícias dos meios de comunicação social, quem partilhou a notícia? Só porque confia nesta pessoa, não pense que ela é infalível. Mesmo os especialistas esquecem-se de verificar os factos e, por vezes, também publicam informações erradas quando são vencidos pela emoção ou pelos seus interesses políticos ou religiosos. Além disso, os algoritmos dos meios de comunicação social significam que é mais provável que veja conteúdos com os quais já concorda.

O Nuxo usa todos os métodos acima e fá-lo de forma rápida e fiável usando Inteligência Artificial.

Até ao momento, é possível utilizar o Nuxo de 3 maneiras: ChatBot no Facebook, Extensão de navegador ou no site do Nuxo.

Chatbot: Se tiver uma conta de Facebook, pode falar com o Nuxo no Messenger e verificar as suas notícias em segundos. Para tal, precisa apenas de clicar AQUI e enviar o link da notícia para o Nuxo.

Extensão de navegador: Pode instalar a extensão do Nuxo para o Google Chrome, Microsoft Edge ou Mozilla Firefox clicando AQUI. Após a instalação da extensão apenas tem de clicar no ícone do Nuxo quando estiver a ler uma notícia no seu navegador e o Nuxo lhe dará uma resposta rápida, como sempre.

Site do Nuxo: A maneira mais simples é visitando o site do Nuxo (www.nuxo.ao) e usar o Nuxómetro directamente no site. Note que esta opção é a mais simples, mas também é a que lhe dá menos informação sobre os motivos que levaram o Nuxo a chegar a um determinado resultado da notícia analisada.

Por último, e se não estiver a conseguir aceder ao Nuxo ou se tiver alguma dificuldade, não hesite em contactar-nos via WhatsApp (+244 934 286 784) ou clicando AQUI.